As trilhas estão aí para serem percorridas, as vias urbanas recebem, cada vez mais, espaços dedicados aos ciclistas. Mas quais ciclistas? Estamos mesmo criando oportunidades iguais de acesso ao esporte para todas as pessoas que gostariam de se aventurar sobre duas rodas?
O ciclismo tem o poder de mudar vidas e, em um país como o Brasil, o esporte cumpre uma função social relevante para influenciar transformações culturais e debates importantes sobre diversidade, inclusão e até infraestrutura de suporte a diferentes pessoas.
Inclusão e diversidade andam na mesma via e o ciclismo pode liderar um pelotão de atletas transformadores.
O dia 3 de dezembro está próximo e nele é comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, com o objetivo de debater os direitos e a dignidade das pessoas com deficiência.
No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 17,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade possuem alguma deficiência.
Na população do país com 2 anos ou mais de idade:
E o esporte abre espaço para essas pessoas? Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 provaram que sim.
O Brasil conseguiu seu melhor desempenho na história paralímpica em Tóquio, com 72 medalhas, sendo 22 delas de ouro, 20 de prata e 30 de bronze.
Nossos atletas colocaram a bandeira do Brasil na 7ª posição do ranking de medalhas, mantendo-se pela quarta vez seguida entre os dez primeiros colocados.
No paraciclismo, o país foi representado por Lauro Chaman, Carlos Alberto e André Grizante, na equipe masculina, e por Jady Malavazzi e Ana Raquel, na feminina.
Lauro Chaman é um grande nome do paraciclismo para o Brasil, com um ano de 2021 a ser celebrado por atletas de todas as modalidades. Ele conquistou a medalha de bronze na prova de contrarrelógio do Mundial de Paraciclismo de Estrada em Cascais, em Portugal.
Olhando em volta, quantos paratletas você vê treinando nas ruas ou quantas escolas trazem a possibilidade de que crianças com deficiências motoras, visuais, auditivas e mentais podem também encontrar bicicletas, triciclos, bicicletas de dois lugares (tandem), handcycle – com propulsão manual – para também serem convidados à prática esportiva?
É, sem dúvida, um projeto a longo prazo, mas a conversa precisa ganhar profundidade agora.
Quanto à questão de gênero, já temos passos sólidos sendo dados (não sem muita luta!).
As mulheres lutam por espaço, reconhecimento e isonomia em todas as esferas, há muito tempo. No ciclismo, não é diferente.
Eventos voltados às ciclistas mulheres são uma luta antiga que encontrou as mais variadas barreiras: falta de patrocínio financeiro, empecilhos organizacionais, falta de cobertura da mídia e todos os elementos que sustentam a base do sexismo em diversos âmbitos.
Observe, por exemplo, o Tour de France, que começou em Paris, em 1903, para se tornar ao longo dos anos a mais importante competição do ciclismo mundial.
Foram necessários mais de 80 anos desde a primeira edição para que enfim a competição abrisse espaço para as atletas mulheres. Só em 1984 houve a edição feminina, que logo depois foi suspensa.
A vencedora da primeira edição do Tour de France Féminin foi a atleta estadunidense Marianne Martin, que, sem dúvidas, conseguiu quebrar muitas objeções, principalmente da imprensa.
Mas a desigualdade ainda estava em cima do pódio. O prêmio para o atleta vencedor na etapa masculina, Laurent Fignon, foi de 225 mil dólares. Marianne levou somente mil dólares para casa.
A edição feminina do Tour de France aconteceu só até 1989. Mas a história está sendo reescrita pelas ciclistas que lideram esse movimento pela igualdade de gênero no esporte.
O Paris-Roubaix 2021 marcou uma nova etapa desta história, com a primeira edição do Paris-Roubaix Femmes, realizado no dia 2 de outubro.
A vencedora foi a britânica Lizzie Deignan, que pode entrar para a história e celebrar este novo momento. “O ciclismo feminino está em um ponto de virada e hoje fiz parte da história. Somos muito gratas a todos nos bastidores, a todos os fãs que assistem, provando que há apetite pelo ciclismo feminino e que as atletas podem fazer corridas mais difíceis. Estou orgulhosa de poder dizer que sou a primeira vencedora”, comemorou.
A União Ciclista Internacional (UCI) e da Amaury Sports Organization (ASO) confirmaram, também, um Tour de France Femmes para 2022.
Pessoas de todas as cores, de todos os gêneros, com todos os corpos merecem experimentar o melhor do ciclismo e o poder do esporte em suas vidas.
A pedalada é longa, mas está em um ritmo constante de evolução que não perderá fôlego.
Conte com a Mauro Ribeiro Sports para neste processo de transformar, por dentro, o ciclismo em um espaço de diversidade e inclusão.
Acreditamos que a transformação do ciclismo também passa por um cuidadoso olhar para a cadeia de valor da indústria de roupas.
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